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giovedì 26 marzo 2009

corre, ímpeto, corre

As mesmas palavras: palavras corredores da casa, palavras abajour de cabeceira;
fast-forwarding as horas para procurar um embrião de exceção -
a vida pavimentada para quem espera e espera
um novo ano mês dia só se pendurando no relógio.
Cutuco os acontecimentos com vara curta
e eles assentam no fundo do copo.

sabato 21 marzo 2009

Peso (Ungaretti)

Quel contadino
su affida alla medaglia
di Sant'Antonio
e va leggero

Ma ben sola e ben nuda
senza miraggio
porto la mia anima

(Jun, 29, 1916)

Il Porto Sepolto (Ungaretti)

Vi arriva il poeta
e poi torna alla luce con i suoi canti
e li disperde

Di questa poesia
mi resta
quel nulla
d'inesauribile segreto

"Água", "terra", "fogo" e "ar"

não morra por uma palavra
ela é areia que voa e vai parar em outro castelo
não morra pelo significado de uma palavra
ele é gota d’água que escorre e evapora pelo rio
não morra pelo que você falou com uma palavra
isto é labareda que corre e queima às vezes teu próprio bosque
não morra pelo tom que se solta de uma palavra
o som é vento que sai da garganta e sobe pelas núvens

nada segura nada

palavras são mãos abertas
assolam, ardem, carregam, apagam
o que deixam dizer
palavras são bocas abertas
não seguram nada:
cada uma

implacável tique,
taque que passou

sabato 14 marzo 2009

em um claustro fora do lugar

Minha vizinha Marisa me chama para ver a lua
um círculo, a sociedade civil, o estado, a academia
uma porta giratória
depois da reunião dos três setores, vamos comer uma pizza
cada um pega uma pedaço novo dela, e de novo
minha cabeça em um autorama, onde está o controle remoto: pare.
Minha vizinha Marisa me chama para ver a lua
olho a cachorra, preta, cansada, fico tonto
vejo as marcas de fumaça invisível no ar
queria escrever dez páginas de cada vez
deve ser que algumas palavras da Spivak são irrespiráveis
- Você não acha, me diz o Tomás no dia seguinte, que estes teus
óculos brancos redondos estão deixando tudo amarelo?

lunedì 9 marzo 2009

trechos de Nos deram um manto - Dieter Roos

pai e filho

tu és mais rico

do que eu

meu filho :

eu tenho NADA

para te ensinar

e tu tens TUDO

para aprender !


Para Juliana

“o que você quer ser

quando crescer ?”

“uma criança !”


graças a deus

se nasce

só uma vez

graças a deus

se vive

só uma vez

graças a deus

se morre

só uma vez

graças a deus !


ignorância

somos ferramentas

na mão de alguém

que não conhecemos

somos os materiais

na construção de uma obra

que ignoramos

somos o formão

que desconhece

o mestre

e a obra

perguntar ?

tu queres perguntar-me algo

meu filho ?

mas por favor

não pese demais

as minhas respostas

pois as mesmas perguntas

eu tenho também !

wosiwasiwusi

onde começa a vida ?

e onde termina ?

quando nascemos ?

quando vivemos ?

quando morremos ?

de onde viemos ?

o que somos ?

para onde vamos ?


terceira idade ou :

na calçada á beira do rio

ums

fazem caminhadas

- outros

fazem filhos

sabato 7 marzo 2009

Sonetilho de verão - Paulo Henriques Britto

Traído pelas palavras.
O mundo não tem conserto.
Meu coração se agonia.
Minha alma se escalavra.
Meu corpo não liga não.
A idéia resiste ao verso,
o verso recusa a rima,
a rima afronta a razão
e a razão desatina.
Desejo manda lembranças.
O poema não deu certo.
A vida não deu em nada.
Não há deus. Não há esperança.
Amanhã […]

domenica 1 marzo 2009

Philip Larkin's Study of Reading Habits


When getting my nose in a book
Cured most things short of school,
It was worth ruining my eyes
To know I could still keep cool,
And deal out the old right hook
To dirty dogs twice my size.

Later, with inch-thick specs,
Evil was just my lark:
Me and my coat and fangs
Had ripping times in the dark.
The women I clubbed with sex!
I broke them up like meringues.

Don't read much now: the dude
Who lets the girl down before
The hero arrives, the chap
Who's yellow and keeps the store
Seem far too familiar. Get stewed:
Books are a load of crap.